Crédito Rotativo: O que é, Como Funciona e Vale a Pena?

Crédito Rotativo: O que é, Como Funciona e Vale a Pena?

O crédito rotativo é uma das armadilhas financeiras que mais contribui para o endividamento dos brasileiros. 

Com juros estratosféricos que costumam chegar a incríveis 300% ao ano, essa modalidade de crédito pode se tornar um verdadeiro pesadelo para quem não compreende suas nuances. 

Neste artigo, exploraremos o que é o crédito rotativo, como ele funciona e por que deve ser evitado a todo custo.

O que é Crédito Rotativo?


O crédito rotativo é uma linha de crédito oferecida pelas instituições financeiras aos titulares de cartões de crédito que não conseguem pagar o valor total de suas faturas mensais. 

Funciona como um empréstimo, cujo objetivo principal é evitar que o nome do consumidor seja negativado devido ao não pagamento integral da fatura.

Se você já se viu na situação de não conseguir quitar a fatura do cartão de crédito na íntegra e optou por pagar apenas o valor mínimo ou um valor intermediário, saiba que você entrou no mundo do crédito rotativo.

Existem duas categorias de crédito rotativo:

1. Crédito Rotativo Regular:


O crédito rotativo regular é utilizado quando o titular do cartão paga um valor entre o mínimo exigido e um valor intermediário, conforme estipulado pela empresa emissora do cartão. 

A parte não paga da fatura é então adicionada à próxima fatura, acrescida de juros elevados, que em média são de 13% ao mês.

2. Crédito Rotativo Não-Regular:


Já o crédito rotativo não-regular é acionado quando o consumidor deixa de pagar integralmente a fatura ou efetua um pagamento abaixo do valor mínimo estabelecido. 

Nessas situações, as condições se tornam ainda menos vantajosas, com os juros do crédito rotativo podendo chegar a inacreditáveis 375% ao ano.

Para ilustrar, imagine que sua fatura do cartão foi de R$ 1.500, mas você só pagou R$ 500. Os R$ 1.000 restantes serão adicionados à sua fatura seguinte com juros. Se a taxa de juros nesse caso for de 15% ao mês, a dívida subirá para R$ 1150 em apenas 30 dias.

Como Funciona o Crédito Rotativo?


Em abril de 2017, o Conselho Monetário Nacional (CMN) implementou algumas regras para evitar que os consumidores fiquem presos em um ciclo interminável de dívidas, usando o crédito rotativo constantemente. 

Desde então, o crédito rotativo está limitado a um período máximo de 30 dias. Após esse prazo, o titular do cartão deve quitar o valor total da dívida ou parcelá-lo com juros mais baixos.

No entanto, enquanto o saldo devedor do rotativo não for pago, o titular não pode usar esse crédito novamente. Isso pode criar um ciclo vicioso, pois as próximas faturas podem se acumular devido aos juros e parcelamentos, tornando ainda mais difícil a quitação da dívida.

Em abril de 2018, ocorreram novas alterações nas regras para tornar os serviços financeiros mais transparentes e acessíveis aos consumidores. Com as novas regulamentações, as empresas emissoras de cartões definem o valor mínimo que o titular deve pagar, baseado em critérios próprios. 

No entanto, essas empresas não podem cobrar juros no crédito rotativo maiores do que os cobrados no crédito regular, mesmo que o cliente esteja inadimplente ou pague menos que o mínimo da fatura. As taxas adicionais devem ser semelhantes às aplicadas a quem pagou na data de vencimento, acrescidas de 2% de multa e 1% ao mês de juros de mora.

Por que os Juros do Crédito Rotativo são tão Elevados?


A alta taxa de juros do crédito rotativo é uma consequência direta do risco assumido pelas instituições financeiras ao emprestar dinheiro. Para compensar o risco de não receber o valor emprestado dentro do prazo estipulado, são aplicados juros exorbitantes pelo período que o cliente fica com o dinheiro emprestado.

No caso do cartão de crédito rotativo, a empresa emissora realiza uma análise de crédito do consumidor antes de conceder o crédito. Essa análise avalia a capacidade financeira do devedor e sua capacidade de arcar com a dívida. 

Com base nessa avaliação, é estabelecido um limite de crédito pré-aprovado, que pode ser usado automaticamente.

Na prática, os juros do rotativo podem fazer com que uma dívida se torne até três vezes maior em apenas um ano. 

Por exemplo, com uma taxa anual de 300%, uma dívida de R$ 1.000 pode se transformar em R$ 4.000 em 12 meses. 

Imagine se isso se repetir com frequência?

Quando Utilizar o Crédito Rotativo do Cartão?


O crédito rotativo do cartão pode ser útil em situações de emergência nas quais você não tem dinheiro disponível. Por exemplo, quando uma despesa inesperada e significativa, como uma cirurgia, surge na sua vida.

O crédito rotativo é automaticamente disponibilizado na sua conta e, à medida que você o utiliza, a "cota" disponível diminui. Assim que você quitar a dívida, o valor fica disponível novamente em sua conta. 

No entanto, as instituições financeiras não têm garantia de quando você pagará, o que pode levar a altos riscos para elas. Portanto, para compensar esse risco, cobram taxas elevadas.

É essencial lembrar que o consumidor deve pagar apenas o valor que realmente lhe foi emprestado, acrescido das taxas apropriadas. Portanto, é importante verificar cuidadosamente as cobranças realizadas e entrar em contato com o banco caso haja algum erro.

Riscos e Desvantagens do Crédito Rotativo


Embora o crédito rotativo do cartão seja uma das modalidades mais acessíveis, ele envolve inúmeros riscos financeiros. 

Devido aos juros extremamente altos, em comparação com outras opções de crédito, é altamente recomendável utilizar esse recurso apenas em situações verdadeiramente inesperadas, a fim de evitar dívidas maiores do que você pode suportar.

Sempre que você se encontrar pagando apenas o valor mínimo da fatura (ou menos), é aconselhável quitar o saldo o mais rápido possível, de preferência na fatura seguinte. Se você acumular várias faturas sem pagar integralmente, as dívidas podem se tornar um problema incontrolável.

Além disso, é importante destacar que, dependendo do nível de endividamento, seu nome pode ser inscrito em órgãos de proteção ao crédito, como o SPC. Isso torna muito mais difícil obter empréstimos, financiamentos e até mesmo parcelar compras.

Portanto, sempre que realizar uma compra ou efetuar um pagamento, verifique se é possível quitar integralmente o valor. Se preferir, utilize o cartão de débito ou dinheiro em espécie. Dessa forma, você gastará apenas o que tem disponível no momento e evitará entrar no crédito rotativo ou recorrer ao parcelamento.

Alternativas de Crédito com Juros Baixos


A boa notícia é que, depois de entender mais profundamente o que é o crédito rotativo, existem alternativas muito mais econômicas para lidar com dívidas. Quando você se encontra endividado, é aconselhável procurar um empréstimo com juros baixos para quitar parcelas que caibam no seu orçamento.

De acordo com a recomendação do Banco Central, o ideal é que o consumidor comprometa no máximo 30% de sua renda mensal com dívidas. Ultrapassar esse limite pode deixar você sem capital para pagar outras contas e comprometer sua saúde financeira.

Aqui estão algumas das modalidades de crédito com juros mais baixos disponíveis:

1. Empréstimo Consignado:


O empréstimo consignado é uma opção de empréstimo na qual o cliente firma um acordo com a instituição financeira para que as parcelas sejam descontadas diretamente de sua folha de pagamento ou benefício do INSS. 

Isso reduz significativamente o risco de inadimplência, aumenta a confiabilidade da operação e oferece condições de pagamento mais vantajosas. Por exemplo, o Empréstimo Consignado Creditas oferece juros a partir de 0,99% ao mês.

Essa modalidade de empréstimo é geralmente destinada a aposentados e pensionistas do INSS, militares das Forças Armadas, trabalhadores assalariados de empresas privadas e servidores públicos.

2. Empréstimo com Garantia de Imóvel:


O empréstimo com garantia de imóvel é uma opção que se destaca por oferecer juros reduzidos e prazos longos para quitar a dívida. 

Para oferecer essas condições favoráveis e reduzir o risco de inadimplência, as instituições financeiras exigem uma garantia de pagamento.

Nessa modalidade, você utiliza sua propriedade como garantia, por meio de um processo chamado alienação fiduciária. 

A vantagem é que o imóvel continua em seu nome e pode ser usado normalmente. Na Creditas, o Empréstimo com Garantia de Imóvel apresenta juros a partir de 1,09% ao mês + IPCA e prazos de até 240 meses para pagamento.

3. Empréstimo com Garantia de Veículo:


O empréstimo com garantia de veículo é semelhante ao anterior, mas você utiliza seu carro como garantia para obter as melhores taxas de juros. 

Essa modalidade é muito procurada por pessoas que precisam de dinheiro rapidamente para quitar dívidas elevadas, como valores acima de R$ 5.000.

Antes de escolher entre as opções de crédito, é importante não se concentrar apenas nas taxas de juros, mas também considerar o Custo Efetivo Total (CET). 

O CET detalha todos os custos, tarifas e tributos envolvidos na operação, permitindo que você compare melhor as empresas e identifique aquela que oferece as melhores condições e evita parcelas caras.

Perguntas Frequentes


Aqui estão algumas perguntas comuns relacionadas ao crédito rotativo:

Quantas vezes posso pagar o mínimo do cartão de crédito?


Antigamente, era possível pagar o mínimo do cartão de crédito por vários meses seguidos. No entanto, as regulamentações mudaram, e agora você só pode pagar o mínimo por um mês. Após esse período, o valor restante da dívida deve ser quitado ou parcelado.

Qual é melhor: atrasar o cartão de crédito ou pagar o mínimo?


A melhor opção é pagar o valor total da fatura sempre que possível. Atrasar o pagamento ou pagar apenas o mínimo pode levar a juros elevados e endividamento. 

Se não puder pagar o total, o parcelamento da fatura costuma ser uma opção melhor.

É melhor pagar o mínimo da fatura ou parcelar?


Se você não tem condições de pagar o valor total da fatura e acredita que poderá fazê-lo nos próximos meses, o parcelamento da fatura é geralmente mais vantajoso, pois os juros são menores do que os do crédito rotativo.

O que acontece se eu pagar só a metade da fatura do meu cartão?


Pagar menos de 15% do valor total da fatura resultará em multas e juros por atraso. Além disso, você começará a usar o crédito rotativo, que também cobra juros adicionais.

Quantos dias de atraso pode cancelar o cartão de crédito?


O período de atraso necessário para o cancelamento do cartão de crédito varia de acordo com o banco emissor. 

Geralmente, os bancos tentam negociar a dívida antes de cancelar o cartão, e o prazo pode levar meses.

Quando parcela a fatura do cartão de crédito pode continuar usando?


Se você parcelar a fatura do cartão de crédito, normalmente pode continuar usando o cartão, mas seu limite de crédito será restrito até que todas as parcelas sejam pagas.

Tem como pagar só uma parte da fatura do cartão?


Sim, é possível pagar uma parte da fatura, mas você deve pagar pelo menos o valor mínimo. Se pagar um valor inferior a isso, entrará no crédito rotativo.

Como funciona o mínimo do cartão de crédito?


O pagamento mínimo é o valor mais baixo que você pode pagar para não ficar em atraso com o banco. 

No entanto, o restante da dívida será adicionado à próxima fatura com juros e impostos, conhecido como crédito rotativo.

Qual a vantagem de pagar o valor mínimo da fatura?


A vantagem de pagar o valor mínimo da fatura é evitar a inadimplência e ganhar um prazo maior para pagar a dívida, desde que você saiba que poderá quitá-la no próximo mês.

O que acontece quando paga a fatura parcialmente?


Se você pagar o valor mínimo ou uma parte da fatura, o valor restante será colocado no crédito rotativo, sujeito a juros e IOF.

Conclusão


O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser uma armadilha financeira para muitos brasileiros devido aos altos juros e à facilidade de acesso. Entender como ele funciona e suas desvantagens é fundamental para evitar o endividamento descontrolado.

É altamente recomendável utilizar o crédito rotativo apenas em situações de emergência e buscar alternativas de crédito com juros mais baixos para lidar com dívidas. 

Empréstimos consignados, empréstimos com garantia de imóvel e empréstimos com garantia de veículo são algumas das opções disponíveis que podem ajudar a aliviar a pressão financeira e permitir que você recupere o controle de suas finanças.

Portanto, antes de recorrer ao crédito rotativo do cartão, avalie cuidadosamente suas opções e busque a orientação de um profissional financeiro para tomar decisões informadas e conscientes sobre sua saúde financeira. 

Evitar o crédito rotativo é o primeiro passo para conquistar uma vida financeira mais estável e equilibrada.

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