Del toro reinventa frankenstein e abandona ícone clássico da criatura

Em uma nova adaptação de “Frankenstein”, o renomado cineasta Guillermo del Toro oferece uma visão singular do clássico de Mary Shelley, com Jacob Elordi interpretando a criatura e Oscar Isaac no papel do Dr. Frankenstein. O filme, que já foi exibido na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, apresenta uma reimaginação que se distancia de algumas representações icônicas do monstro.

Descrito por Del Toro como um projeto de paixão, “Frankenstein” explora a história da criação de uma criatura a partir de partes de corpos mortos. O elenco estelar também inclui Mia Goth, Charles Dance, Lars Mikkelsen, David Bradley, Christian Convery e Christoph Waltz.

Uma das mudanças mais notáveis na versão de Del Toro é a omissão dos parafusos no pescoço, um símbolo quase universalmente associado ao monstro de Frankenstein. O diretor explicou que essa decisão foi tomada para romper com a ideia de que a criatura seria um produto grotesco de um experimento fracassado. Em vez disso, Del Toro buscou transmitir uma sensação de pureza e inocência. “Queríamos que tivesse a pureza ou a translucidez de quase uma alma recém-nascida”, afirmou o diretor, ressaltando o desejo de que o público acompanhe a criatura desde o seu “nascimento” até o momento em que ela começa a pensar e existir.

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Essa abordagem poética se reflete no visual da criatura. Longe da imagem caricata e remendada popularizada pelo cinema, o Frankenstein de Del Toro surge como uma “obra de arte feita à mão”. O diretor enfatizou que Victor se vê mais como um artista do que como um médico, e a intenção é que cada detalhe do corpo do monstro reflita esse impulso criador, quase divino.

A transformação de Elordi na criatura exigiu um esforço considerável. Uma equipe de oito maquiadores trabalhou cerca de 10 horas por dia, aplicando 42 próteses sintéticas, com 14 delas dedicadas apenas ao rosto, cabeça e pescoço do ator.

“Frankenstein” tem estreia prevista em streaming para 7 de novembro.